terça-feira, janeiro 31, 2006

Refúgio(s)...

Todos nós temos "aquele" lugar para onde fugimos,
onde nos refugiamos
...
para nos inspirarmos,
pensarmos, sonharmos, amarmos e, quem sabe, onde nos encontramos verdadeiramente!
Aquele sítio onde podemos ser (apenas) nós próprios e ninguém repara...

É também, ou pode ser, um sítio de (felizes) encontros e cheio das mais belas recordações...
[foto minha]

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Forma de ser

Não se acredita em desperdiçar "vivências"...
... principalmente as boas (!) ...
A AMIZADE é disso um exemplo.

E por maior que seja a tentação de "deletar" as partes más (ou menos boas) das nossas vidas, não devemos ceder porque é com elas que mais aprendemos. (Pelo menos a não repetir os mesmos erros...)

Assim, todos os momentos vividos - felizes ou tristes - fazem parte de nós e contribuem para construir aquilo que (e quem) somos hoje!

Espero (sempre) ser hoje uma pessoa melhor do que era ontem...

A "razão"

Há decisões na vida que, independentemente da dor que provocam, sabemos (lá no fundo) serem as mais correctas ou, pelo menos, as mais acertadas. São tomadas de uma forma "racional", num momento - raro - de lucidez.
Pensamos no que será melhor para nós e para o(s) outro(s) e a solução que surge à frente dos nossos olhos é óbvia (e, provavelmente, já lá estava! só não a conseguiamos ver, ou não queriamos...) Nessas alturas enchemos o peito de ar - e coragem - e dizemos!
Para uns, um alívio... Para outros, mais um peso...

Resta-nos a certeza de que é (ou será) a melhor decisão.

A ver vamos...

domingo, janeiro 29, 2006

"Desencanto"...

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre."

Manuel Bandeira

sábado, janeiro 28, 2006

... ? ...

"Faço isto ou não faço? "
Muitas vezes ficamos indecisos quanto à melhor forma de agir perante certas adversidades... Por vezes recorremos aos conselhos de quem é próximo, outras vezes recolhemo-nos em nós próprios.

Estão em causa muitas coisas... Mas a principal: a NOSSA felicidade (a realização pessoal a todos os níveis)!

Quando chega a altura de decidir, já tudo deverá estar pesado e ponderado... E decidimos! Conscientes das razões e fundamentos que nos levaram a optar por um dos pratos da balança em detrimento do outro.
Mas não há regra sem excepção!
E é essa excepção que nos deixa "à deriva", "sem chão"... por não conhecermos, - e em consequência - não entendermos os porquês!

(EN)FIM...

sexta-feira, janeiro 27, 2006

A relatividade das coisas

Quando criei "Do Tecto do Mundo" não sabia muito bem o que ou sobre que iria escrever. Este post que decidi publicar, é um "desabafo". Uma reflexão sobre como os nossos "problemas" podem tornar-se tão relativos quando comparados a realidades tão cruéis e injustas como as que hoje assisti e perante as quais não consegui ficar indiferente...

A dor de perder um filho deve ser inimaginável, inquantificável e impossível de traduzir por palavras!

Hoje presenciei a algo que me marcou profundamente e que, certamente, vai acompanhar-me para o resto da vida!
Assisti, com toda a certeza, à manifestação da maior (não sei que termo usar) dor que alguém deve sentir na sua vida, a que ninguém conseguiu ficar indiferente... Penso que, como eu, todas as pessoas que lá estavam, partilharam desse sofrimento!
Falo da dor e desespero de uma mãe - porque foi ela quem mais me marcou - que chora a morte de seu filho, um jovem de 25 anos, que pôs fim à sua própria vida.
Ecoa, ainda, na minha cabeça a pergunta: "Porquê?"...

Foi perante tamanho desespero e desolação que tomei consciência no quão insignificantes se podem tornar os nossos GRANDES "problemas". Esses, que nos tiram o sono, a fome e, até por vezes, a vontade de nos levantarmos de manhã... Eles existem, é verdade! São reais e a dor que sentimos também o é (e de que maneira!)!

Mas nenhuma dor se compara com as imagens de dor que neste dia ficaram gravadas na minha memória!
Sempre que temos problemas ouvimos dizer que a única coisa que não tem remédio é a morte. Tudo para além disso, tem uma solução. Mas confesso que só hoje senti o verdadeiro significado desta expressão.
O que são os nossos problemas comparados com a dor e o sofrimento daquela família (e daquela mãe) que amanhã, quando acordar, vai tomar consciência de que a casa está mais vazia(...)?
Acho que vou adormecer a pensar nisto...

Deixo aqui uma palavra de conforto e Amizade a uma pessoa muito especial, R....., que, apesar da sua frágil figura, tem revelado, perante todas as "partidas" que a vida lhe tem pregado, uma coragem e força inimagináveis!É, sem dúvida, uma pessoa fora de série (mesmo eu sabendo que no seu interior sofre, e sofre muito!).

Tenho orgulho de poder dizer que sou sua Amiga!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

"Cortar com o ano velho..."

Decorreu hoje no Supremo Tribunal de Justiça a cerimónia de abertura do novo ano judicial de 2006.

"Ano novo, vida nova!"

Todos os agentes judiciários estão todos de acordo (!): o ano de 2005 é para esquecer!
Ocorreram demasiados erros! O mais importante não é atribuir responsabilidades mas reconhecer tais erros e dirigir a atenção de todos para que o mesmo não se repita!

Mas o problema não incide tanto na sua quantidade, mas sim na gravidade/qualidade e repercussões que trouxeram: o descrédito (quase) total da figura da "Justiça" (e dos seus agentes) no seio da sociedade. A desconfiança no que diz respeito à garantia dos direitos fundamentais!
Os recados foram vários, directos e sem meias palavras... Dirigidos para dentro e para fora do círculo judicial.

Assim, pugnou-se pelo cumprimento rigoroso dos deveres de protecção e defesa dos interesses, direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Neste sentido, veio "à tona" a questão da prisão preventiva, das (famosíssimas) escutas telefónicas - e a implícita reserva da vida privada! - e do segredo de justiça - sua extensão ou regime - que mereceram uma grande exposição mediática durante o ano transacto.

Como não poderia deixar de ser a importância da virtude e isenção na necessidade de informação dos cidadãos foi levantada. E os órgãos de comunicação social não escaparam, como é óbvio, às críticas de todos.
Espera-se dos Media um comportamento responsável e que, daqui em diante, não se deixem levar pelo (acredita-se, tentador e não menos lucrativo) espectáculo mediático!

Demonstrou-se, ainda, uma grande preocupação no sentido de se cumprir rigorosamente os deveres de cada agente judiciário: Advogados, Magistrados do Ministério Público, Juízes, Oficiais de Justiça, e Órgãos de Polícia(...). A responsabilização destes pelos seus actos também não foi esquecida.

Fundamental é a necessidade de TODOS olharem na mesma direcção e não, como tem vindo a acontecer, para os lados. Cada um com a sua tarefa, sem quaisquer interferências. O respeito recíproco pelas respectivas competências constitucionais - a independência e/ou autonomia de ambas as magistraturas nunca poderá ser posta em causa! - revela-se fundamental para uma melhor realização do estado de direito!

Em resumo: "ninguém beneficia atacando os outros".
Aqui, ninguém teve dúvidas de quem era o destinatário deste "recado": o poder político!!
Com efeito, torna-se indispensável não ultrapassar os limites estabelecidos a cada órgão de soberania. O cumprimento rigoroso do princípio da separação dos poderes deve ser uma das preocupações principais no comportamento daqueles órgãos.

Para todos, 2006 deverá ser um ano de soluções, de "concórdia e consenso" para não por em causa a realização do estado de direito!

Identificados os problemas e as falhas que caracterizaram o ano de 2005 - por todos aceites - vamos ver como corre 2006.

Quer-se acreditar que daqui a um ano o discurso seja outro! Espera-se que nenhum comece por constatar a existência (melhor, a permanência) de uma crise na Justiça ou que, apesar de identificados os problemas, nada se conseguiu mudar!

Optimista? SEMPRE! (... em tudo ...)

- Afinal, a esperança é a última a morrer! -

quarta-feira, janeiro 25, 2006

...


(O Pensador - Auguste Rodin)

Num dia que "deveria" ser especial...

... deixo aqui um pensamento que sempre tentei por em prática; uma "forma de estar na vida" que sempre acreditei ser a mais correcta... Se não, a única!
"De um poeta que "não existiu", nada mais que fruto da imaginação, genialidade e inquietude de Fernando Pessoa, poeta português que, não contente em ser apenas um, se fez mil..."
"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes."
Ricardo Reis

terça-feira, janeiro 24, 2006

Virtude(s)...

Desde cedo ouvimos dizer que "saber esperar" é uma virtude...
"Espera-se", sinceramente, que compense!

"Versos escritos n’água"

Neste ano que passou descobri, ou melhor, apresentaram-me um poeta desconhecido para mim... Desde então, tenho lido alguns poemas que me incentivaram a reencontar o - já quase esquecido - gosto pela poesia.
Aqui transcrevo um dos meus favoritos:

"Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.

Neles porás tua tristeza
Ou bem teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza...

Quem os ouviu não os amou.
Meus pobres versos comovidos!
Por isso fiquem esquecidos
Onde o mau vento os atirou."

Manuel Bandeira

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Imprevistos e obstáculos...

Quando menos esperamos surge na nossa linha da vida um imprevisto, um obstáculo que nos leva a (re)pensar tudo aquilo que tinhamos como certo! O sonhos, os planos, os desejos... Enfim, o rumo da nossa vida!
É nessas alturas que nos vemos forçados a testar a nossa resistência...
O que fazer? Desistir ou Lutar?
E onde procurar forças para suportar e superar esses imprevistos e obstáculos? Quem sabe se não é em nós próprios (nos sentimentos, convicções e desejos) que as vamos encontrar? Muitas vezes conseguimos surpreender-nos a nós próprios!
Descobrimos, então, que temos dentro de nós uma força, até então, desconhecida... Mas sem NUNCA desrespeitar, ou passar por cima dos nossos princípios!
Pois bem, é por nós próprios que devemos lutar por aquilo que mais desejamos! Mesmo quando a luta é desigual!
Por ora, um balanço a fazer.
Respeitar os "recolhimentos" solicitados... Confiando num cumprimento sério e leal...
Uma coisa é certa, há que ter coragem para saber e para lutar por aquilo que queremos!
E para quê? Tudo para sermos felizes!
E depois? Logo veremos...

domingo, janeiro 22, 2006

E agora?!?

Só quero desaparecer...
Ou acordar e descobrir que tudo não passou de um pesadelo!

sábado, janeiro 21, 2006

Para mudar o estado das coisas...

"Temos que ser a mudança que queremos ver no Mundo"

Mahatma Ganghi

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Quando já começava a perder a esperança, eis que...

Até que enfim alguém que vê (com olhos de ver!) a - flagrante - violação do princípio constitucional da separação dos poderes!!

Os advogados estão em alta! (Ver em Incursões)

terça-feira, janeiro 17, 2006

Ainda contagiada...

Já muita tinta correu por debaixo da ponte desde que rebentou uma bomba chamada "envelope nº 9", mas estou em crer que nenhuma tão brilhante como esta para que vos remeto: aqui.

Vale a pena ler!

domingo, janeiro 15, 2006

"Factos são factos...but who cares?"

Contagiada pela discussão que decorre num blog chegado (aqui), sugiro a leitura do post com o título "Factos são factos...but who cares?" no já conhecido blog Incursões.

Só é pena sermos tão poucos a conseguir ver o que realmente está a acontecer...

Os "sacrifícios" da vida...

Por vezes pergunto-me porque é que tudo o que desejamos está tão longe, ou melhor, a sua realização implica sempre qualquer sacrifício pessoal?!?! Isto em todos os aspectos da nossa vida e ao longo dela!
Sempre ouvi dizer: "não se pode ter tudo!"; "é uma questão de prioridades", "há que fazer opções na vida!" Ouviamos essas expressões, ponderávamos o que estava em causa e lá optávamos... Mas NUNCA, - creio - foi uma opção "livre"! Nunca - inteiramente - satisfatória.

Enquanto noutros tempos, a dúvida residia, p.ex., entre uns óculos de sol e uma camisola laranja... :P E ficava por aí.
Agora são escolhas que terão repercussões na vida futura! Algo será sempre sacrificado...

São estes sacrifícios que, por vezes, tornam a vida mais amarga, quero dizer, menos doce...

Mas no final das contas, acredito que o resultado seja o melhor!

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Não se esqueça de ser feliz!

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos
e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, ou amor,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos..."

Não se deixe morrer lentamente!
NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ!
Um texto de Pablo Neruda

quarta-feira, janeiro 11, 2006

...

"É melhor estar preparado para uma oportunidade e não a ter, do que ter uma oportunidade e não estar preparado..."

segunda-feira, janeiro 09, 2006

A importância de sorrir ... :)

"Nunca deixes de sorrir, nem sequer quando estás triste porque nunca sabes quem se poderá apaixonar pelo teu sorriso"

Gabriel García Márquez


sábado, janeiro 07, 2006

Lugar(es)...

...onde queria estar!

[Foto minha]

Momentos

"A realidade é dolorosa e imperfeita (...) é essa a sua natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. Quando algo nos parece muito belo pensamos que só pode ser um sonho e então beliscamo-nos para termos a certeza de que não estamos a sonhar - se doer é porque não estamos a sonhar. A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolhe os livros"

Este excerto de um dos últimos livros que li: "O vendedor de passados" de José Eduardo Agualusa deixou-me, na altura, bastante pensativa.

Trouxe-me à memória momentos da minha vida que, às vezes, não sei se não preferia que fizessem parte de um livro que tivesse lido...
Ao mesmo tempo, questiono-me se não terão sido precisamente esses momentos que me ensinaram a dar - hoje - valor às coisas e às pessoas que cruzaram e cruzam o meu caminho?

(...)

A minha escolha? A (realidade da) VIDA!

quinta-feira, janeiro 05, 2006

"À deriva"...

Quando se inicia nestas andanças não sei se é comum "andar à deriva" em busca de um rumo ou objectivo.

É como me sinto hoje - confesso - ...

... "à deriva"...

quarta-feira, janeiro 04, 2006

O começo...

2006!
Sempre que se aproxima um novo ano todas as pessoas (penso eu) passam por um período de reflexão... Um "balanço", se preferirem. Pensam em tudo o que fizeram nesse ano que chega ao fim - o bom e o mau - e fazem uma lista de todas as mudanças que pretendem implementar nas suas vidas.
Eu não sou excepção!

Pois bem, criar este blog é uma das coisas que faz parte da minha lista de "A fazer..." para 2006.
Cumpro, assim, uma das minhas resoluções para este novo ano.
Confesso que ainda não sei muito bem qual o objectivo disto mas acredito que descobrirei. A ver vamos...

Muitos devem estar questionar a razão do nome: "Do Tecto do Mundo". Só posso dizer que foi inspirado em três livros que li nos últimos 2/3 meses. Também foi o primeiro que me surgiu!

Não sei bem o que vou escrever, sobre o que vou escrever, nem mesmo se terei grande jeito para isto. Mas uma coisa é certa, a minha intenção é das melhores!
Acreditem que serão sempre benvindos.

Antes de mais (e desde já peço desculpa), há um pensamento que me acompanha sempre e não podia deixar de o incluir nesta "aventura":
"God give me the serenity to accept the things I can't change,
the courage to change the things I can
and the wisdom to Know the difference."
The serenity prayer
E assim despeço-me... por ora.