mimos...
«O que me faz falta dela? Falta-me, sobretudo, o futuro. No sentido em que me faltam todas as coisas que ainda não sei e que gostaria de descobrir com ela. Falta-me tudo o que poderíamos ter vivido junto.
Falta-me sentir o seu peito nas minhas costas e o calor do seu corpo quando, de manhã, depois de calar o despertador, se chegava a mim. Falta-me muito abraçá-la por detrás e ter o seu seio na minha mão. Todos os encaixes entre braços e pernas, pela manhã, são uma dose de tranquilizantes. Falta-me fazer amor ao acordar, quando se beija com a boca fechada, e falta-me o odor da sua pele. Falta-me quando à noite, na cama, me escrevia nas costas as suas confissões de amor e eu tinha de decifrar as palavras. Procurar na semivigíla um pequeno contacto. Que não é de estar em cima de, é outra coisa, é um pequeno sentir, simples calor encostado. É agarrarmo-nos com delicada consistência à felicidade de a saber ali, ao nosso lado.
Faltam-me aqueles momentos em que, apoiando dois dedos no pulso da vida, ela se assegurava de que as nossas batidas estavam certas e me tranquilizava. (…)»
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