... e lá fora um grande silêncio ...
«Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas-noites,
E a minha voz contente dá as boas-noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito,
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.»
Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, XLIX
Trazem o candeeiro e dão as boas-noites,
E a minha voz contente dá as boas-noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito,
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.»
Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, XLIX
... Boa noite ...
:( ...
4 Comentários:
Não são horas para a menina ainda estar acordada... ;)
Pois...! :P
Insónias, minha cara Amiga, insónias... ;)
"... sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir, sentir a vida correr por mim ...", apenas com o sentimento de vida cumprida, guardando cabras ...!
Caro Anónimo,
Espero um dia poder viver esse sentimento de vida cumprida... guardando cabras, ou não!
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