So, so beautiful... yet so simple...!
«Numa tarde de sábado de Inverno, depois do almoço, metemo-nos na cama. Lembro-me dos lençóis cor de avelã e dos dois candeeiros de cabeceira acesos. Estava tudo em silêncio. Lá fora, era o dilúvio. Só se ouvia o barulho da chuva nas persianas descidas. Fizemos amor e a seguir adormecemos.
Quando acordei, fiz café e levei-lhe uma chávena. Antes de a acordar, fiquei algum tempo a olhá-la. Gosto de lhe ouvir a respiração enquanto dorme. Gosto de ver as mãos dela a desaparecer debaixo da almofada. São aqueles momentos em que te perguntas como é possível ela estar ali toda para ti. Sentei-me na beira da cama e afastei-lhe o cabelo do rosto. Abriu os olhos. Dei-lhe um beijo na testa.
Endireitou-se, e tinha a cara como ela não gostava, amarrotada.
Sobre este ponto, não estamos de acordo. Para mim, é a coisa mais bela que é possível ver. Faz-me sempre ternura, e não sei se poderia amá-la sem a cara que tem ao acordar.
Voltei a meter-me na cama. Quando acabou de beber o café, deslizou e ficámos abraçados mais um bocadinho, enquanto ela me acariciava a cabeça.
São estas pequenas recordações que me mantêm continuamente ligado a ela. Sou prisioneiro desta beleza.»
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