quarta-feira, janeiro 24, 2007

A Alma...

Tu sabes que não nos é permitido usar o teu nome.
Nós sabemos que tu és inexprimível,
anémica, frágil e suspeita
por misteriosas ofensas quando eras criança.
Nós sabemos que não te é permitido viver agora
na música ou nas árvores no crepúsculo.
Nós sabemos—ou pelo menos disseram-nos—que tu não existes seja em que lado for.
E no entanto continuamos escutando a tua voz fatigada
--num eco, numa queixa, nas cartas que recebemos de Antígona no deserto Grego.
[Adam Zagajewski]

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