domingo, janeiro 29, 2006

"Desencanto"...

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre."

Manuel Bandeira

2 Comentários:

Blogger joana disse...

faz versos como quem vive, porque toda a experiência humana padece de um conhecimento próprio de todas as alegrias e de todo o sofrimento também.
gosto do teu blog

maio 22, 2006 12:00 da manhã  
Blogger MBSilva disse...

Cara Joana,
Só agora - numa pausa retrospectiva - reparei no seu comentário. Obrigada...

Seja benvinda ao Tecto!

julho 13, 2006 12:41 da tarde  

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