Um texto... (um Blogue)... que vale a pena!
Encolhía, engolía na garganta a vontade do gemido, do grito. No castigo encontrava menor dor do que a ordem dada na ponta do dedo, o ultimatum de que se algum soluço soasse a pena sería acrescida.Não chora. Não, não chora, aguenta aí a dor que te dilacera por dentro, seja na injustiça da condenação seja pelo efeito da mágoa por te cercearem o ar dentro de metros quadrados escassos em que o quarto é a prisão.
Lá fora a vida.
Crescía, agigantava-se no tamanho das pernas, mas o coração é sempre do mesmo formato e absorve sempre da mesma maneira a dor e a vida encarrega-se de o tornar pequenino, quase mirrado na hora da partida. Doutras avoluma-o, não cabe no peito tal é o amor que o banha e onde ele vagueia para cá e para lá. Não chora. Não, não chora, cerra os dentes e diz adeus, a mão firme na despedida , seja no breve seja no eterno acenar. Não chora que o amor repete, ecoa dores e a maior é quando o coração explode cá dentro.
E a vida onde está?
Engole sentires, sufoca a saudade, apaga a memória. Segue. Vai em frente, mas lembra, uma mulher não chora.»
Palavras que enchem a vista. Deliciosas...
Só posso agradecer os belos momentos que (me) proporciona.
Um beijinho muito grande!