Há "silêncios" que querem dizer muito, se não tudo!

Nesses momentos, deixemos os nossos olhos falar por nós...
São eles que melhor reflectem o nosso interior - o que pensamos e sentimos - ... E sem dúvidas.

(...)

... !

:(

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía.

Luís de Camões

Tanto de meu estado me acho incerto

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio;
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém porque assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
(...).

Luís de Camões

Os olhos também falam...

Quando temos dúvidas sobre os pensamentos e/ou sentimentos de alguém, podemos decifrá-los no seu olhar! Conseguimos ver nos olhos tudo o que a boca não diz... ou não quer dizer. Eles falam, calam, riem, choram...

Enfim! Os olhos também falam...

... e não mentem!

Impossível ficar indiferente!

World Press Photo of the Year/2005

O vencedor do concurso internacional de fotojornalismo World Press Photo of the Year, edição 2005 foi Finbarr O’Reilly, fotógrafo canadense a serviço da agência Reuters, com uma imagem de uma mulher nigeriana e de seu filho faminto. A fotografia vencedora foi tirada ano passado em um centro de alimentação de urgência na Nigéria.

Segundo afirmou James Colton, presidente do júri, no comunicado que anunciou a lista de agraciados, a imagem de O’Reilly “tem de tudo: beleza, horror e desesperança. É simples, elegante e comovente”.

Cada um

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,

E deseja o destino que deseja;

Nem cumpre o que deseja,

Nem deseja o que cumpre.

Como as pedras na orla dos canteiros

O Fado nos dispõe, e ali ficamos;

Que a Sorte nos fez postos

Onde houvemos de sê-lo.

Não tenhamos melhor conhecimento

Do que nos coube que de que nos coube.

Cumpramos o que somos.

Nada mais nos é dado.

Ricardo Reis

A quem sabe...

Chegou ao "Do tecto do Mundo" a seguinte mensagem:

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço que minha vida é a maior empresa do mundo,
e que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de
todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar
um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

Reconhece-se toda a razão a esta "mensagem"!

E também por aqui se "praticará" o que defende...

Obrigada

Agostinho da Silva, "O Pensador"

Hoje, 13 de fevereiro de 2006, passam cem anos desde o nascimento de Agostinho da Silva (1906-1994), um dos maiores e mais expressivos protagonistas da cultura do século XX. Cidadão do universo lusófono, cuja identidade singular, unidade e diversidade ele defendia e construía ao longo da sua vida de uma forma inigualável, em que a palavra e a acção se complementavam e confundiam.

George Agostinho Baptista da Silva nasceu no Porto a 13 de Fevereiro de 1906 (de família alentejana e algarvia), tendo vivido parte da sua infância em Barca de Alva, junto do rio Douro.

Era português de nascimento mas considerava-se multinacional, além da terra natal, era ligado particularmente a Moçambique, pelos laços de família e de amizades, e ao Brasil, onde viveu um quarto do século.

Dedicou toda a vida à liberdade do Homem e do Espírito.

Ficam aqui dois de seus pensamentos que, na minha opinião, melhor reflectem a sua forma de ser e estar no Mundo:

"O homem não nasceu para trabalhar mas para criar."

“São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”.

Dúvida(s)...

Há dias que parecem intermináveis!
De tal maneira intermináveis que o único desejo é que cheguem - o mais rápido possível - ao fim. Parece que tudo passa à nossa frente em câmara lenta.
Talvez para uns não fosse mau de todo, quando se queixam de como o tempo voa.
Bem que podia ser assim! A voar!
Sem tempo para parar, pensar, recordar... E não ouvir o silêncio! Esse silêncio tão ruidoso que nos incomoda...
A sensação de vazio que nos invade...
Um enorme espaço vazio por preencher! Aquele sofá, por exemplo, tão grande para uma pessoa...
E a solidão(?) ... mesmo no meio da maior multidão.

Uma sensação inexplicável... um aperto, uma angústia...
As dúvidas!!!! Aparecem cada vez mais. Como as estrelas que surgem, mais e mais, com o cair da noite.
Um querer, sem poder! Fazer... Que fazer?
Lutar? ... Esperar?

Quem disse que amar (... e ser feliz) era fácil... Nunca amou e/ou foi (verdadeiramente) feliz...

Dá Tempo à Tua Vocação

"Nunca dês ouvidos àqueles que, no desejo de te servir, te aconselham a renunciar a uma das tuas aspirações. Tu bem sabes qual é a tua vocação, pois a sentes exercer pressão sobre ti.
E, se a atraiçoas, é a ti que desfiguras.
Mas fica sabendo que a tua verdade se fará lentamente, pois ela é nascimento de árvore e não descoberta de uma fórmula.
O tempo é que desempenha o papel mais importante, porque se trata de te tornares outro e de subires uma montanha difícil.
Porque o ser novo, que é unidade libertada no meio da confusão das coisas, não se te impõe como a solução de um enigma, mas como um apaziguamento dos litígios e uma cura dos ferimentos. E só virás a conhecer o seu poder, uma vez que ele se tiver realizado.
Nada me pareceu tão útil ao homem como o silêncio e a lentidão. Por isso os tenho honrado sempre como deuses por demais esquecidos."

Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"

"Direito de resposta"

Na sequência do que se diz no post anterior e porque o Do tecto do Mundo é (ou, pelo menos, tenta ser) um blog imparcial, aberto (não só a elogios como a críticas) e "democrático", remete-se para um post publicado no já conhecido Incursões em jeito de "direito de resposta"...

"Um péssimo serviço a Portugal e à Europa"

É este o título do editorial do Espaço Público, no Jornal Público de hoje, que se refere à declaração do "nosso" Ministro dos Negócios Estrangeiros sobre a "polémica dos cartoons".

Tenho lido e visto muitas coisas sobre esta questão (um ex., outro, e mais outro ), mas este editorial chamou-me a atenção pela forma directa com que qualifica a (já considerada por muitos "infeliz") intervenção do MNE.

"O que pretende o MNE com este comunicado que inclusive recorre a Abraão para considerar 'lamentável' o q se passou em 'alguns países europeus? Pretendo que não se confunda 'liberdade' com 'licenciosidade' e apela, ainda que em surdina, a uma condenação dos tais países e, claro, a uma futura acção censória para que mais nenhuma religião se queixe (repare-se que em nenhum ponto do comunicado se refere a iniciativa rigorosamente privada das caricaturas, nem se condena ou sequer se lamenta a violenta ofensiv de fanáticos islâmicos a pretexto dos cartoons)"

Aconselho, por isso, a sua leitura no jornal "Público" de hoje.

"Ainda iremos a tempo de repor o equilíbrio ou a barbárie vencerá'"

"Só" tenho 28 anos....

No outro dia, num blog que gosto sempre de "espreitar" terminei um comentário da seguinte forma: "Também eu 'só' tenho 28 (vinte oito!) anos...".
Na altura fiz uma pausa e pensei... "só"?!? Mas não dei muita importância e continuei o que estava a fazer.

Hoje, por razões que não importam referir, este "só" regressou ao meu pensamento. Desta vez decidi entregar mais tempo a esta "pequena grande" questão...
Mais uma vez, aqui deixo um "desabafo" - um testemunho pessoal - sobre um dos mais importantes aspectos da minha vida e da minha pessoa.

Pois muito bem!
Para uns, 28 anos são "uns jovens"!
Para nós - por mim falo -, 28 anos começam a dar que pensar. (não cheguei - pelo menos, não por enquanto - ao exagero de dizer que começam a "pesar", mas... já estive mais longe!)
Para outros, 28 anos parecem uma eternidade. É aqui que surge a minha afilhada a perguntar com aqueles olhos ávidos de curiosidade: "quando tinhas a minha idade como é que era?" Ou quando olho para o M... ou para a M... Bem (!), aí sim vejo como o tempo passa!
Para não variar (e como tudo na vida) depende do prisma de quem olha!

Posso adiantar que nos 28 (vinte oito) anos que passaram já muito aconteceu! (Umas experiências foram boas; outras menos boas; outras más...)
Muitos encontros, alguns desencontros, outros tantos (re)encontros... Enfim...
Por vezes tenho a sensação que vivi várias vidas! Cada uma tão diferente da outra (!), e todas especiais à sua maneira! As memórias e as recordações de todas, são extraordinárias...

No entanto, há um aspecto comum a todas essas "vidas" (para além de mim, claro!) e que tento - na medida do possível - conservar e manter intacto e bem guardado... os AMIGOS! E é sobre eles que pretendo "desabafar"... Relevem p. f., se (para alguns) vos parecer "pimba"! ;)
Com efeito, e por mais distantes que algumas dessas "vidas" me pareçam hoje, os Amigos que fiz e mantenho são o que de mais valioso tenho. (Tirando a família, claro).
Os mais "recentes", que se têm revelado - às vezes de forma surpreendente e, confesso, algo inesperada - não são excepção.
[Não posso negar é que tenho "preferidos"(!) - na verdade é uma preferida: E.....!)]
Uma coisa é certa, (para mim) não há nada melhor do que a certeza de termos alguém a quem podemos recorrer quando mais precisamos! E o mais incrível, sem pedirem nada em troca...

Muito mais poderia dizer e falar destes Amigos! Mas tenho a sensação de que nunca seria o suficiente...
Por isso, fico-me por aqui, onde deixo expresso o meu mais sincero agradecimento a todos eles (que sabem que é deles que falo!) por TUDO! Seja pelo ombro amigo que me ofereceram, pelo conselho "sábio" que me deram, pelas lágrimas que aturaram, por aquelas palavras que disseram (muitas vezes as últimas que queria ouvir!)... ou simplesmente por estarem lá, aí ou, até mesmo, aqui sem nada dizer...
A todos vocês, espero que também saibam que podem contar comigo e com a minha Amizade, incondicional!

OBRIGADA!

(...)

Há músicas (letras) que têm a capacidade de não nos deixarem indiferentes... (como alguns poemas que nos acompanham) ...
A que se segue - com adaptações - é exemplo disso:

"Did I disappoint you or let you down?
Should I be feeling guilty or let the judges frown?
(...)
It may be over but it won't stop there.
I am here for you if you'd only care.
You touched my heart you touched my soul.
You changed my life and all my goals.
And love is blind and that I knew when ,
My heart was blinded by you.
I've kissed your lips and held your head.
Shared your dreams and shared your bed.
I know you well, I know your smell.
I've been addicted to you.

I am a dreamer but when I wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
And as you move on, remember me,
Remember us and all we used to be.
I've seen you cry, I've seen you smile.
I've watched you sleeping for a while.
I'be the mother of your child.
I'de spend a lifetime with you.
I know your fears and you know mine.
We've had our doubts but now we're fine,
And I love you, I swear that's true.
I cannot live without you.

And I still hold your hand in mine.
In mine when I'm asleep.
(...)

Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.

I'm so holow, I'm so hollow. I'm so, I'm so, I'm so hollow."

Goodbye My Lover
(J. Blunt)

(+) Palavras para quê...?!

MUITO BOM!!

De regresso ao Porto...
Simplesmente... lindo! Aconselho a todos (que tiverem a possibilidade de se deslocarem a Lisboa, ao Coliseu dos Recreios) irem ver "Miss Saigon". É, de facto, um espectáculo extraordinário!
Tenho a certeza que (mesmo que já o tenham visto , p. ex. 18 vezes no estrangeiro, como um "ilustre" VIP que estava ao meu lado! :P ) não ficarão desiludidos.

Uma nota... (voltando ao post anterior)
Se na sexta-feira questionei o facto deste musical não vir, também, ao Porto - como muitos outros eventos que se ficam por Lisboa -, HOJE faço uma crítica! Não entendo porque não veio e/ou vem para o Porto!!
Confesso ter sentido uma desilusão ao entrar no grande e "famoso" Coliseu dos Recreios... O "nosso" Coliseu em nada lhe fica atrás, se não for mais bonito e MUITO mais confortável!

Opiniões, dirão alguns...Com certeza!
... A minha fica aqui registada...

[Seja como for, a viagem correu muito bem na excelente companhia de S..., cuja paciência agradeço. E valeu a pena, não só pelo musical, mas, principalmente, pelo (re)encontro com M.... (que está linda!). À I.... e G....., obrigada por tudo! Vejo-vos por CÁ um dia destes...]

"Não pode perder"!

"Não é apenas um espectáculo, mas uma verdadeira experiência"!

A estas duas frases (muito sugestivas, diga-se de passagem!) acrescentei a leitura de umas quantas críticas (todas favoráveis) e decidi não perder uma - segundo os verdadeiros críticos -"OPORTUNIDADE única"!

Passo a explicar, vou assistir amanhã a um, "já legendário", espectáculo de seu nome "Miss Saigon".
Logo que tive conhecimento de que viria a Portugal para ficar uma (pequena) temporada no Coliseu, fiquei entusiasmada! Afinal, tudo aponta para um excelente espectáculo... Entusiasmo inicial que durou pouco tempo! E porquê?
Anunciaram que só ia estar "em palco" no Coliseu - sim! - mas "dos recreios", i.e., em Lisboa!

"Para não variar!", entoam os Portuenses.
"Então, não é a Capital?", respondem em uníssono os Lisboetas!
Não pretendo entrar por este registo, até porque sou parcial... Ou não seria eu uma verdadeira "mulher do Norte" (PORTO)! :)

Mas... (!) ... não deixamos de ter razão nestas coisas! Lisboa é, com efeito, a capital. Mas só isso não deve justificar que todos os grandes eventos culturais (já para não falar noutros campos!) se fiquem por lá!
Reconheço que fica "menos caro" ir a Lisboa, do que ir a Londres, ou N. Y., mas parece-me que já era altura de equilibrar este estado de coisas!
Se também(!) viesse ao Porto, p.ex., ainda menos caro ficaria e mais pessoas - do norte do país - pensariam em ir assistir!

"Uma grande fatia dos portugueses não vai ao teatros (felizmente, a tendência começa a inverter!), não manifesta interesse neste tipo de eventos!".
Muito bem, mesmo que este comentário tenha - em parte - algum fundo de verdade, não significa que se desista de promover espectáculos desta natureza. Pelo contrário, há que fazê-lo! Mas a abordagem, a meu ver, deveria ser no sentido de os "levar às", "aproximar" das pessoas - aplicando o dito: "se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé". Talvez assim, se conseguisse sensibilizar, atingir e levar mais pessoas a aderirem a este tipo de eventos.
E temos exemplos disso, as companhias de teatro que decidem fazer digressão e apresentar a sua peça por várias localidades do país: os teatros, as casas do povo esgotam!

Porque não fazer o mesmo a outro tipo de eventos?
Fica aqui a pergunta (ao mesmo tempo uma sugestão)

No que diz respeito a este espectáculo e a mim... estou ansiosa! :)

Sem palavras!

Simplesmente fabuloso !

Instantes...

... inesquecíveis...

[foto minha]

Momento(s)...

...